O Brasil é um dos países com maior potencial de geração desse tipo de energia, mas não está sequer entre os dez países que mais exploram essa fonte no mundo - o primeiro é a China. Segundo dados sistematizados pela Agência Internacional de Energia Renovável (Irena), em 2021, o país tinha equipamentos instalados capazes de gerar 13.054.926 megawatts de energia renovável. Um número que aumentou quase 40% em um ano.
Atualmente, 7,6% da energia usada no Brasil vem de fontes fotovoltaicas, segundo a Absolar. Dessas, 77,6% estão em unidades residenciais. Uma delas é a casa de Daniel Lima, professor universitário e morador de Ananindeua, região metropolitana de Belém (PA). Com a tecnologia, conseguiu reduzir a conta de luz que custava em média R$ 600 para menos de R$ 100. “Estou muito feliz por isso. Depois de um ano e quatro meses deste projeto já realizado, com o apoio do Banco da Amazônia, hoje eu posso ficar com o meu sistema desativado durante um ano e meio que ainda tenho energia para consumir”, orgulha-se.
O financiamento utilizado pelo professor faz parte da linha de crédito oferecida pelo Banco da Amazônia (Basa), para estimular o crescimento desse setor na região Norte. A ideia é financiar a instalação de placas de geração de energia solar, uma linha que teve maior procura em 2021.
Fabrizio dos Santos, dono do Restaurante Carne de Sol de Picuí, em Belém, foi uma das pessoas que também se beneficiaram da linha de crédito para trocar sua fonte de energia. Ele estava insatisfeito com os valores pagos à concessionária de energia elétrica. “E a cada dia que passa, [a conta] fica mais cara ainda. A importância da energia solar é muito grande, tanto financeiramente como para o meio ambiente: é uma energia limpa, sustentável”, considera o empresário.
Ele investiu R$ 380 mil em seu sistema próprio de geração de energia a partir de placas solares, que ainda está na fase de montagem da infraestrutura. A expectativa é que a conta reduza significativamente.
Crédito para todos
O crédito pode ser acessado por pessoas físicas e jurídicas. Com recursos vindos do Fundo Constitucional da Região Norte, o FNO Energia Verde oferece taxas pré-fixadas de 0,62% ao mês e, ainda, bônus de adimplência para quem honra as prestações em dia. “É um recurso de incentivo ao desenvolvimento da região Norte, então, naturalmente você tem de incentivar esses investimentos de forma sustentável com os juros mais acessíveis”, comenta o superintendente Regional do Basa no Pará e Amapá, Edmar Bernaldino.
O cliente pode contratar até 100% do investimento. Segundo Bernaldino, muitas vezes, a economia na conta de luz gerada pela troca do sistema é suficiente para pagar as parcelas do financiamento. Foi o que aconteceu com o professor Daniel Lima: “Nem consigo me aperrear porque era o valor que eu iria gastar”, diz. Há uma carência de seis meses para o início do pagamento. “Tempo para a instalação do sistema”, estima Beraldino.
O superintendente acredita que em cerca de três anos todo o investimento terá sido recuperado. Para cada operação, o banco faz análises que envolvem o perfil de renda e o comprometimento, além das características de consumo da unidade. Os financiamentos para pessoa física podem ser entre R$ 10 mil e R$ 100 mil. O prazo para pagamento é de até 96 meses.